Segue teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias
O verso alexandrino francês possui, na sua composição dois hemistíquios, ou seja, dois meio-versos de seis sílabas métricas cada. Três observações se dão na união desses dois hemistíquios.
1ª Observação- Deve-se ater o iniciante ou praticante do verso alexandrino a colocação de sílabas tônicas obrigatórias na 6ª e 12ª sílaba;
A casa que foi minha, hoje é casa de Deus.
Traz no topo uma cruz. Ali vivi com os meus, (Em negrito: sílabas tônicas ocupando a 6ª e 12ª sílabas respectivamente).
2ª Observação - A sexta sílaba (primeiro hemistíquio) deve ser a última sílaba de uma palavra oxítona ou, se, a palavra for uma paroxítona, esta deve terminar em vogal e a primeira palavra do hemistíquio seguinte deverá iniciar-se com vogal átona para fazer a elisão (junção dos meio-versos num verso só).
Deixo e vou vê-la em meio_aos altos muros seus.
Sai de lá uma prece_elevando-se aos céus; (Alberto de Oliveira)
3ª Observação – Deve-se evitar no verso alexandrino a ocupação da sílaba tônica do primeiro hemistíquio de uma palavra proparoxítona, ou paroxítona com a terminação em consoante.
Estas regras conferem uma cadência binuclear num mesmo verso, porém por ter um ritmo marcado por uma forte cesura (pausa central), o verso alexandrino exige um ritmo binário (sentenças semi-autônomas para cada hemistíquio) para que este possa soar mais harmonioso no ponto de vista fonético.
1º - Dodecassilabo Moderno Quartenário ou Trímeros
São versos que possuem pés tripeônicos de quarta, ou seja, possuem acento tônico na 4ª, 8ª e 12ª sílabas.
2º - Dodecassilabo Moderno Ternário ou Tetranapéstico
São versos que possuem quatro pés métricos anapésticos, ou seja, com acento tônico na 3ª, 6ª, 9ª e 12ª sílabas.
Alguns autores da Literatura Brasileira a valer-se da utilização de Alexandrinos em conjunto com Dodecassílabos (Alexandrinos modernos descesurados).
"Conceito dos Versos - Rimas - Métrica"
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO VERSO EM PORTUGUÊS
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Você é quem escolhe, pode preferir futebol, pescar, ouvir ou tocar música etc porém se preferir poesias, você deve ter noção, de todos as coisas escritas aqui, caso seja só um amante da poesia, como no futebol, deve conhecer pelo menos as regras básicas deste esporte. Dando um passo adiante, se pretende compor poesias, deve saber todas estas coisas escritas aqui de cor e salteado, cada letra, cada detalhe, e quando pretender fazer uma poesia deve usar todos estes recursos, sem o que, você poderá ser tudo, menos um poeta... !!! |
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Nos fins da Idade Média, por influência espanhola, retorna à
versificação portuguesa,
como se pode ver nas composições do Cancioneiro Geral, de
Garcia de Rezende.
Versas de doze sílabas (alexandrinos e
dodecassílabas):
O verso de doze sílabas (alexandrino)
pode ser considerado como a junção de dois versos de seis
sílabas,
sendo o primeiro de terminação grave ou aguda.
Divide-se, portanto, em duas metades ou dois
hemistíquios,
sendo a sexta sílaba do alexandrino
sempre acentuada.
Verso de origem francesa (Romance de Alexandre, de Lambert le
Tort,
Alexandre
de Bernay e Pierre de Saint-Cloud), nêle não há
vocábulos esdrúxulos na ligação
dos hemistíquios.
Em nossa língua, alguns poetas se afastaram dessa norma, como em
espanhol e italiano.
Em francês, a regra se mantém normalmente, por não haver
vocábulos proparoxítonos naquela
língua.
Há dois tipos de verso alexandrino:
Alexandrino agudo
- Quando a sexta sílaba do primeiro
hemistíquio é um monossílabo
tônico ou a
última sílaba de um vocábulo poeticamente
oxítono,
o segundo hemistíquio começa por
vogal ou
consoante, indiferentemente.
No caso, a justaposição do
segundo hemistíquio é livre.
Exemplos de Olavo Bilac:
"Tô / da / , num / só / o / lhar, / de / vo / ran / do as
/
es / trê / las".
Observe-se que a sexta sílaba é a última de um vocábulo
poeticamente oxítono,
iniciando-se por consoante
(podia iniciar-se por vogal) o
segundo hemistiquio;
"Que mo / rre ... e / nun / ca / mais, / nun / ca / mais /
há / de / vê / -las".
Observe-se que a sexta sílaba é um
monossílabo tônico, iniciando-se por
consoante
(podia iniciar-se por vogal) o
hemistíquio seguinte.
Alexandrino grave
- Quando a sexta sílaba do primeiro
hemistíquio
for a tônica de um vocábulo poeticamente
paroxítono, este vocábulo deve
terminar em vogal,
começando por vogal o vocábulo
seguinte, ocorrendo elisão ou
sinalefa na ligação dos
hemistíquios.
Nesse caso, a técnica reclama cuidados especiais, como se vê
neste exemplo de Olavo Bilac:
"Mu / gem / so / tur / na / men / te as / á / guas. / O / céu /
ar / de".
Observe-se, com efeito, que a sexta sílaba é a penúltima de um
vocábulo poeticamente paroxítono,
que termina em vogal, começando
por vogal o vocábulo seguinte.
Na ligação dos hemistíquios,
ocorre sinalefa.
Aí estão os dois tipos de verso
alexandrino.
Românticos e simbolistas, entretanto, recriaram e difundiram um
tipo raro
de verso de doze sílabas poéticas, ge ralmente agrupadas quatro
a quatro.
Ou seja: grupam - se três versos de quatro sílabas,
suprimindo-se a ligação dos
hemistíquios do alexandrino
normal.
Exemplo de Tasso da Silveira, apresentando acentuação na 4ª, 8ª
e 12ª sílabas:
"A / por / ta hu / mil / de / do / con / ven / to / fran / cis,
/ ca / no
Dan / te, / can / sa / do e / su / cum / bi / do,/ vai / ba /
ter..."/
Há, por fim, o chamado alexandrino
espanhol, também resultante da junção de dois versos de seis
sílabas,
mas sem observar a técnica francesa na ligação dos
hemistíquios.
Assim, o alexandrino espanhol se
torna um verso hipermétrico de
treze sílabas ou mais,
como nos
mostra o seguinte exemplo de Murillo Araújo,
que
apresenta a particularidade
de contar sempre com um proparoxítono
no fim do primeiro hemistíquio,
elevando-se a quatorze o número de sílabas em cada verso:
INVOCACÃO
Lu / a e / le / va / da, / lim / pi / da /... trê / mu / la e /
ta / ci / tur / na,
és / lu / a, a / gar / ça o / lím / pi / ca, / pás / sa / ro
/ da / i / lu / são! /
Lu / a, és / po / li / da e / diá / fa / na / ...
Pla / ca es / pe / lhar /
no / tur / na,
ser / ves / de es / pe / lho / má / gi / co / pa / ra
a / Sau / da / de! / não? /
Lu / a / de / pai / na al / ví / ssi / ma / pai / na a / flo
/ rir / so / tur / na,
que ar / mi / nhos / teus / le / vís / si / mos / ho / je /
me / a / fa / ga / ráo?
Lu / a / de / so / nho e / már / mo / re / Bran / ca e / ine
/ fá / vel / ur / na,
der / ra / ma / -me o / teu / bál / sa / mo! / Tra / ze / -me a
/ so / li / dão /
Vejamos, em seguida, um exemplo de alexandrino espanhol com doze
ou treze sílabas,
caso mais normal:
En / fer / mos / e / fe / ri / dos / en / ten / di / a / cu /
rar /
con / tra a / le / tra / da / lei. / Não / pá / ra a / í / o
hor / ror /...
Res / sus / ci / ta / va os / mor / tos / e / sse / vil / im /
pos / tor, /
to/ mal / va / no / mes / fal / sos / e / faí / sas / qua /
li / da / des
e, er / ran / do o / ra / nos / cam / pos, / o / ra / pe / las
/ ci / da / des
ou / vi / am / -no / di / zer: / "Po / deis / me a / com /
pa / nhar!" /
(Castro Alves)
Versos de mais de doze sílabas e versos
amétricos
Além do verso de doze sílabas, embora mais raros,
pode ainda haver versos de treze a vinte sílabas, com ritmo
misto.
Tais versos longos resultam da junção de versos menores.
Por outro lado, há versos amétricos,
que não apresentam medida fixa.
É o caso do antigo verso de arte
maior, verso basicamente formado de dois
hemistíquios de seis sílabas,
pois resulta da junção de dois versos de
redondilha menor. Trata-se de um
verso acentual,
caracterizando-se pela existência de dois acentos em cada um dos
hemistíquios que possui.
Esquema
do verso
de arte maior, em sua forma
paradigmática: o
ó o o
ó o / o ó o o
ó o.
Dessa forma paradigmática, em
ritmo anfíbraco, é que surge o
nosso hendecassílabo moderno,
como verso regular, apresentando acentuação predominante na 5ª
e 11ª sílabas.
No caso do verso de arte maior,
tipicamente acentual, o que
importa é a existência de dois acentos em cada
hemistíquio, variando o número
de sílabas métricas. De fato, as sílabas
átonas iniciais ou finais dos
hemistíquios podem existir ou não. Assim, o verso pode apresentar
de nove a onze sílabas.
Estas são algumas noções de PRINCÍPIO FUNDAMENTAIS DOS VERSOS EM
PORTUGUÊS,
base primária para entender-se, porque
Camões, Bilac, Castro Alves
e outros poetas,
eram gênios da língua e MESTRES DA POESIA.
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CONCEITO
GERAL DA RIMA
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RIMAS Rima é uma conformidade ou coincidência de fonemas, geralmente a partir da última vogal tônica de cada verso. Outra informações sobre rimas, no link deste site, A MAGIA DOS SONETOS / RIMAS, ALMA DOS SONETOS. |
Os versos, quanto à rima, podem ser: consoantes, assonantes ou soltos, conforme os exemplos: Exemplo de rimas consoantes: Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas; Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... (Olavo Bilac) No exemplo acima, a coincidência de fonemas é perfeita, a partir da última vogal tônica: belas procelas e amigas antigas. Exemplo de rimas assonantes: São ondas mesmo ou bailarinas? São ondas mesmo ou raparigas? (Augusto Frederico Schimidt) RIMAS QUANTO AO ACENTO TÔNICO Quanto ao acento tônico, as rimas podem ser: Aguda ou masculina, quando os vocábulos em rima são oxítonos, tipo não predominante em Português. Ex.: Era uma mosca azul, asas de ouro e granada, Filha da China ou do Indostão, Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada Em certa noite de verão. (Machado de Assis) No caso, são agudas as rimas do segundo com o quarto verso: Indostão e verão. Grave ou feminina, quando os vocábulos em rima são paroxítonos, tipo predominante em Português, que é língua de ritmo trocaico ou grave. Ex.: Atravessaste no silêncio escuro A vida presa a trágicos deveres E chegaste ao saber de altos saberes Tornando-te mais simples e mais puro. ( Cruz e Souza ) No caso, são graves todas as rimas do quarteto: escuro com puro, e deveres com saberes. Aliás, nos sonetos de Cruz e Sousa, todas as rimas são sempre graves, ajustando-se bem ao ritmo predominantemente trocaico de nossa língua. Nos Lusíadas, Camões escreveu 8.616 versos, apresentando apenas 471 com rimas agudas. Os números são eloqüentes, indicando a predominância da rima grave ou do verso de base paroxítona em nossa língua. Esdrúxula, quando os vocábulos em rima são proparoxítonos, tipo pouco freqüente em nossa língua. Ex.: Solar de luz de escadarias mágicas! palácio claro! ergui-te a tanto esforço que as tuas salas me parecem trágicas e o teu zimbório pesa-me no dorso! (Murilo Araújo) No caso, são esdrúxulas as rimas do primeiro com o terceiro verso: mágicas e trágicas. Rima completa e rima incompleta Quanto à estrutura fonológica, a rima pode ser completa ou incompleta. É completa (rima consoante), quando a homofonia é, ao mesmo tempo, vocálica e consonântica, a partir da vogal tônica. Ex.: Vai-se a primeira pomba despertada Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada. (Raimundo Correa) No caso, despertada rima com madrugada, e dezenas rima com apenas, não havendo coincidência das consoantes de apoio da vogal tônica. Aliás, quando se verifica essa coincidência, há certa monotonia nas rimas, como se vê neste exemplo de Goulart de Andrade, aliás pouco seguido nessa inovação de origem francesa: De pé, no promontório, encravado na bronca penedia, onde o mar atropelado ronca, ribomba, estoura, estruge, espouca, estronda, esbarra, abandonado avulta o vigia da barra! Õ naus, podeis entrar! Podeis vir, exilados peixes que leis buscar abrigo em outros lados Veja-se ainda este exemplo de Alberto de Oliveira: Outrem é que devia ser o eleito, Não eu, eu que a adorava antes de vê-la, Eu que a chamei chorando de meu leito ... A rima é também completa quando a homofonia é só vocálica, por não haver consoantes após a vogal tônica. Ex.: Amo-te, ó cruz, até, quando no vale Negrejas triste e só, Núncia do crime, a que deveu a terra Do assassino o pó (Alexandre Herculano) No caso, há somente homofonia vocálica na rima de só com pó. A rima é incompleta quando há homofonia vocálica e diversidade nas consoantes, sempre a partir da vogal tônica (rima assonante) . Ex.: Em minha mão, mais fresca que uma concha, suspende aos olhos do Senhor as lágrimas de fel da pobre monja que amou demais o seu amor. (Guilherme de Almeida) No exemplo acima, os vocábulos concha e monja apresentam homofonia vocálica: [ õ ] e [ a ] com diversidade de consoantes. Quando há homofonia consonântica e diversidade vocálica, a rima também é incompleta. Ex.: Do século das letras lusitanas, e nas páginas férteis dos latinos. (Almeida Garret) No caso, os vocábulos lusitanas e latinos apresentam homofonia consonântica: [ t ], [ n ], e [ s ] mas diversidade vocálica. Veja-se ainda este exemplo de Fernando Pessoa: Não só vinho, mas nele o olvido, deito Na taça: serei ledo, porque a dita ... Além desses casos, há um tipo particular de rima incompleta, caracterizado pela variação da vogal tônica, e a que daremos o nome de rima contra-assonante em harmonia vocálica. Ex.: No cais batido de ventos, os bêbados cambalearam. Nas ruas mortas, os bêbados entre sombras se perderam. Tateantes, cansados, trôpegos, das angústias que beberam, os bêbedos, cambaleando, pelas estradas erraram. Depois, caídos nas poças, nos valados, nas sarjetas, fundamente adormeceram. O mundo ficou distante, as estrelas se apagaram. E eles nada mais sofreram... ( Tasso da Silveira ) No soneto acima, em versos de redondilha maior, vocábulos em -aram rimam com vocábulos em -eram, variando a vogal tônica. |
MÉTRICA
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Em nossa língua, segundo a contagem usual em nosso ensino, há versos de uma a doze sílabas. São mais freqüentes os versos de redondilha menor (cinco sílabas); de redondilha maior (sete sílabas); o decassílabo (dez sílabas); e o alexandrino (doze sílabas) . Os versos de uma sílaba e os versos de mais de doze são raros. Nos de uma a sete sílabas, não há acentuação tônica interior em lugares fixos, ao contrário do que se verifica nos versos de oito a doze sílabas. Note-se ainda que os versos ímpares são nativos na versificação peninsular, enquanto os versos pares são importados. Exemplifiquemos: Versos de uma sílaba (monossílabos): quebra queima reina dança sangue gosma... ( Mário de Andrade ) Esquema dos versos: óo. Ritmo trocaico ou grave. De fato, cada verso é uma célula métrica ou rítmica de duas sílabas. Por ai se vê que o abandono da sílaba átona final parte a célula poética no meio, não se ajustando bem o sistema francês à nossa versificação. Temos que adotar tal critério, entretanto, por motivos de ordem didática. Como curiosidade, veja-se ainda o seguinte soneto de Hilda Reis Capucci, todo ele em versos monossilábicos: ANTE UMA JOVEM MORTA Que Linda! E Finda. E Pó! Que Dó! Flor Sem Côr! Jaz Em Paz! Observação: Pela contagem espanhola, que tem como base o verso grave, nas terminações agudas se conta uma sílaba a mais. No verso de terminação esdrúxula, uma sílaba a menos. O critério de contagem silábica, assim, depende do ritmo acentual da língua. Se fôssemos adotar, como seria mais próprio, esse critério em Português, teríamos que acrescentar mais uma sílaba aos versos de terminação oxítona no soneto acima. Pela contagem francesa, em vigor entre nós, os versos do soneto são monossilábicos, abandonando-se as sílabas átonas finais. Versos de duas sílabas (dissílabos): Também raros, imitam o ritmo da valsa, como neste exemplo de Casimiro de Abreu: Na / val / sa Que en / can / ta Teu / cor / po Ba / lan / ça. Esquema: o ó o. Ritmo anfíbraco. Observe-se que o abandono da sílaba átona final, como preceitua a contagem francesa, quebra a unidade da célula métrica anfíbraca, que se caracteriza pela existência de uma sílaba tônica entre duas sílabas átonas. Na língua francesa, que é de ritmo iâmbico ou agudo, tal contagem é perfeitamente normal. O mesmo não se dá, como vemos, em relação à nossa língua, que é de ritmo trocáico ou grave, como a espanhola. |
* Trabalho de pesquisa - Pinhal Dias |
www.osconfradesdapoesia.com
|
Verso alexandrino
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Verso alexandrino é o verso composto por doze sílabas poéticas. No contexto geral, é o segundo verso mais longo, em estrofes
isométricas, apenas superado pelos versos alexandrinos arcaicos, com
quatorze sílabas. Conhecido também como Alexandrino Clássico ou
Alexandrino Francês, está presente em poesias extremamente trabalhadas
gramática e foneticamente, como as parnasianas, porém continuam e são utilizadas largamente até os dias de hoje. Em Língua Portuguesa o verso Alexandrino Francês foi sistematizado por António Feliciano de Castilho e o primeiro poeta a utilizar esse verso em larga escala no Brasil foi Machado de Assis, ainda no período estético do Romantismo.Regras de escansão do Alexandrino Clássico
Existem algumas regras para a escansão de um verso alexandrino.O verso alexandrino francês possui, na sua composição dois hemistíquios, ou seja, dois meio-versos de seis sílabas métricas cada. Três observações se dão na união desses dois hemistíquios.
1ª Observação- Deve-se ater o iniciante ou praticante do verso alexandrino a colocação de sílabas tônicas obrigatórias na 6ª e 12ª sílaba;
A casa que foi minha, hoje é casa de Deus.
Traz no topo uma cruz. Ali vivi com os meus, (Em negrito: sílabas tônicas ocupando a 6ª e 12ª sílabas respectivamente).
2ª Observação - A sexta sílaba (primeiro hemistíquio) deve ser a última sílaba de uma palavra oxítona ou, se, a palavra for uma paroxítona, esta deve terminar em vogal e a primeira palavra do hemistíquio seguinte deverá iniciar-se com vogal átona para fazer a elisão (junção dos meio-versos num verso só).
Deixo e vou vê-la em meio_aos altos muros seus.
Sai de lá uma prece_elevando-se aos céus; (Alberto de Oliveira)
3ª Observação – Deve-se evitar no verso alexandrino a ocupação da sílaba tônica do primeiro hemistíquio de uma palavra proparoxítona, ou paroxítona com a terminação em consoante.
Estas regras conferem uma cadência binuclear num mesmo verso, porém por ter um ritmo marcado por uma forte cesura (pausa central), o verso alexandrino exige um ritmo binário (sentenças semi-autônomas para cada hemistíquio) para que este possa soar mais harmonioso no ponto de vista fonético.
Considerações críticas
O Verso Alexandrino sem dúvida é o verso mais difícil da língua portuguesa, devido as suas particularidades de difícil confecção. É certamente o mais tolhedor da inspiração do poeta, sendo, portanto praticamente banido pelas primeiras gerações do Modernismo Brasileiro por causa de sua ligação direta com as tendências antagônicas em que o novo movimento na época procurava contestar. A sua particular engenhosidade se dá pelo fato de que pela posição perdida na sociedade industrializada do século XIX, o poeta pós-romântico – parnasiano ou simbolista – procurou se especializar na confecção de poemas em que o Artista – escritor ou não – foi em tudo foi colocado como inferiores aos demais cidadãos, imbuindo portanto, em mostrar-se superior com o trabalho artístico que poder-lhes-ia conferir. No entanto, os poetas notadamente a partir do próprio Simbolismo em diante procuraram tangenciar ritmos um pouco mais soltos e alternativos em relação ao alexandrino clássico, utilizando paralelamente versos dodecassílabos, intercaladamente nas suas composições, fator considerado natural no decorrer do tempo. Na época do Parnasianismo brasileiro o verso alexandrino tornou-se comum entre os poetas devido as influências do movimento homólogo francês, resultando na preferência de metrificações pares, o pouco uso dos metros em redondilhas (versos de cinco e sete sílabas poéticas), o banimento quase que total do hiato (inexistente na Língua Francesa), o que resultou numa tendência de maior rigidez do verso.Versos Dodecassílabos
Conhecidos também como Alexandrinos Modernos ou Alexandrinos Descesurados, são versos de doze sílabas poéticas, porém não são considerados como versos alexandrinos. Estes versos não possuem o Ponto de Cesura, ou seja, a pausa central do alexandrino francês. Aparecem algumas vezes intercaladamente com os alexandrinos em conjunto no mesmo poema. Estes versos são formados da seguinte forma:1º - Dodecassilabo Moderno Quartenário ou Trímeros
São versos que possuem pés tripeônicos de quarta, ou seja, possuem acento tônico na 4ª, 8ª e 12ª sílabas.
2º - Dodecassilabo Moderno Ternário ou Tetranapéstico
São versos que possuem quatro pés métricos anapésticos, ou seja, com acento tônico na 3ª, 6ª, 9ª e 12ª sílabas.
Alguns autores da Literatura Brasileira a valer-se da utilização de Alexandrinos em conjunto com Dodecassílabos (Alexandrinos modernos descesurados).
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