Diana era a deusa romana da caça e das florestas, assimilada
às deusas gregas Ártemis, Hécate e Selene. Seu culto nasceu às margens
do lago Nemi, perto de Roma. Ali, seu sacerdote permanecia no posto, com
o título de
Rex Nemorensis, até ser morto pelo próximo
pretendente, usualmente um escravo fugido, que viesse a colher um "ramo
dourado" no bosque sagrado. Uma tentativa de explicar esse costume é o
fio condutor de um dos mais belos e ambiciosos (mas não dos mais
rigorosos) tratados de mitologia já escritos,
O Ramo de Ouro, de Sir James George Frazer.
Nos últimos séculos da antiguidade romana, seu culto popular
entre escravos e camponeses pobres em áreas remotas, permaneceu como um
dos mais resistentes à erradicação pelo cristianismo. Foi um dos últimos
a morrer, se é que chegou a desaparecer de todo.
Diana, na Em
mitologia romana, era a
deusa da lua e da caça,muito poderosa e forte. Mais conhecida como deusa pura, filha de
Júpiter e de
Latona, e irmã gêmea de
Febo.
Era muito ciosa de sua virgindade. Na mais famosa de suas aventuras, transformou em um
cervo o caçador
Acteão, que a viu nua durante o banho.
Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em
templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam
sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e
da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter e Latona,
irmã gêmea de
Febo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta
oceânidas e vinte
ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega
Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com
Selene (Lua) e
Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização
triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao
lago Nemi, perto de
Arícia.
Pela tradição, o sacerdote devia ser um escravo fugitivo que matasse o
antecessor em combate. Em Roma, seu templo mais importante
localizava-se no monte Aventino e teria sido construído pelo rei
Sérvio Túlio no século VI a.C. Festejavam-na nos idos (dia 13 de agosto). Na
arte romana, era em geral representada como caçadora, com arco e aljava, acompanhada de um cão ou cervo.
Diana é a deusa romana identificada com a Ártemis dos gregos.
É a deusa da caça e irmã gémea de Apolo. Para os romanos Diana é
principalmente a deusa da castidade e da luz da lua ,simbolizada pela
meia-lua que enfeita os seus cabelos.
A identificação com Ártemis foi dada bastante cedo, por volta do século
VI a .c. por meio das colónias gregas da Itália meridional, em
particular de Cumas.
Ela era adorada por um povo ainda inculto. Talvez por isso tenha
adoptado os traços de uma mulher indígena, e as suas lendas são
claramente muito pobres, mas dão cor àqueles povos. Os santuários de
Cápua, onde tinha o nome de Diana Tifatina, e de Arícia, perto de Roma
nas margens do rio Nemi onde era chamada de Diana Nemorensis, (a Diana
dos bosques) são os mais antigos santuários . A crueldade dos seus ritos
devem-se a Diana de Nemi, que era Ártemis de Táuris, que foi levada
para Itália por Orestes. O rei dos bosques Rex Nemorensis sacerdote de
Diana de Nemi em certas circunstâncias podia ser morto, por quem
pretendesse suceder-lhe . A deusa apreciava os sacrifícios humanos.
Dizia-se que Ártemis (Diana), recolheu o filho de Teseu , Hipólito,
depois da sua morte e ressurreição feita pelo médico, Asclépio.
Levou para Itália e escondeu-o, com outro nome no santuário de Arícia,
onde o fez seu ajudante.
Em Cápua havia a lenda de uma corça consagrada a Diana, animal de
espantosa longevidade, e o seu destino esteva ligado á conservação da
cidade.
Diana, Deusa
Lunar da Floresta, é uma das principais Deidades do panteão romano e o
Seu culto foi de tal modo popular na Romanidade que acabou por deixar
vestígios na tradição folclórica dos povos latinos que sobrevivem até
hoje, apesar da Cristianização ocorrida há mais de mil e quinhentos
anos.
Antes de mais nada convém lembrar que, aparentemente, o Seu nome está etimologicamente relacionado com o de Janus (Deus dos Inícios) e de Anna Perena,
outras Duas Deidades latinas. Esta última pode estar relacionada com um
monte hindu de nome Anna Purna. «Anna Perena» significaria «Anna que
fornece».
Diana tinha um importante santuário no bosque de Nemi, perto de
Roma, fundado por Latinos, isto de acordo com a tradição romana - o seu
fundador foi Egerius Baebius ou Laevius, ditador latino que representava
várias povoações, tais como Aricia, Tusculum, Tibur e Lanuvium, entre
outras. Outro possível fundador poderá ter sido Manius Egerius.
Entretanto, uma tradição estrangeira atribuía o surgimento do santuário
ao herói helénico Orestes, o qual, depois de matar o rei Thoas do
Queroneso Táurico (Crimeia), fugira com a sua irmã para Itália, trazendo
consigo o culto de Diana Táurica.
É possível que Anna e Diana, sendo teónimos de certo modo
«pan-indo-europeus», fossem originalmente genéricos entre os Ítalos e
agrupassem Deidades de distintos santuários como se Estas fossem
aspectos diferentes da mesma Divindade, e aqui havia espaços para
importações, sincretismos, etc..
Pensou-se durante algum tempo que Diana fosse pura e simplesmente uma adaptação romana da grega Ártemis. Sabe-se hoje que, na verdade, Diana já existia em Itália bem antes de o culto de Ártemis ser conhecido pelos Itálicos, não se tratando por isso nem de uma adaptação de uma imitação por parte dos Romanos.
Mas, se não houve aqui uma imitação ritual ou uma importação de Divindade, houve talvez uma importação de mito.
Efectivamente, em Nemi havia uma outra Deidade, associada a Diana, que era Vírbio – e Vírbio tinha com Diana uma relação similar à de Hipólito e Ártemis:
um Deus jovem e moribundo e uma Deusa Mãe telúrica que O ressuscita,
esquema assaz conhecido e divulgado no Mediterrâneo Oriental,
classicamente representado pelo mito de Cíbele e Átis, Osíris e Ísis, Afrodite e Adónis…
Aparentemente, os Romanos achavam que Vírbio era o mesmo que Hipólito.
Segundo Estrabão e Ovídio, vivia nos montes da floresta de Nemi um
sacerdote-rei (Rex Nemorensis) que, em determinadas circunstâncias,
tinha de lutar com quem o desafiasse, isto porque quem quisesse ocupar o
lugar deste monarca tinha de o matar, golpeando-o com um ramo arrancado
de certa árvore. Pode haver aqui uma semelhança com mitos célticos.
Diana era particularmente adorada pelos Sabinos (nos montes
albanos, não longe de Remi, perto de Roma), dado que o Seu culto até foi
introduzido em Roma depois da Confederação das Sete Colinas, ou seja,
depois de os Sabinos serem integrados na população romana.
O culto de Diana era sobretudo praticado nos montes albanos, não
longe de Remi, perto de Roma, bem como num santuário do monte Tajada, de
enormes riquezas.
Em Roma, havia mais de um santuário de Diana, e no Aventino o Seu
templo presidia à aliança dos povos com Roma, o que pode ser um
resquício da influência sabina, visto que as mulheres sabinas tinham
conseguido que houvesse paz entre os Romanos e os Sabinos.
Nas colónias ou províncias imperiais, o culto de Diana assumiu diferentes formas.
Na obra «Guia Arqueológica de España», pode ler-se:
«Os Romanos conquistaram a povoação e chamaram-lhe Saltus Dianae, ou Santuário de Diana, mas na escavação arqueológica do local não se encontrou até ao momento nenhum templo, apenas inscrições e moedas romanas.»
É possível que o topónimo Font Janina (em Catalão) ou Ribagorza
Fonchanina (em Castelhano), seja o vestígio da Deusa, visto que se
encontra nessa zona uma montanha com silhueta de mulher.
E que dizer do caso português?
Para começar, a Crónica Geral de Espanha, texto medieval, dá a conhecer
um mito segundo o qual o nome «Lusitânia» deriva do facto de Hércules
ter por aqui passado e resolvido dedicar jogos à Deusa Diana (Ludi + Diana = Lusitânia).
Entretanto, o templo de Évora é popularmente conhecido como o «templo de Diana», apesar de provavelmente ter sido local de culto imperial. Porque se estabeleceu então a ideia de que o templo era de Diana?
Voltando agora ao concreto e sabido, registam-se em várias da Europa Meridional algumas palavras que derivam de Diana, não apenas em etimologia, mas também, de certo modo, em significado:
Janas: espécie de espíritos femininos da Floresta, usualmente referidos no plural (diz-se «Jãs» no Algarve);
Ja: bruxa, em Português (cai o n entre as vogais, tal como sucede em
manu>mão, característica tipicamente galaico-portuguesa);
Xanas: o mesmo que Janas, mas nas Astúrias;
Jana: pesadelo, em Occitano (língua do sul de França);
Yana: bruxa, en Sardo logudorês (língua da Sardenha);
Zâna: fada, em Romeno;
Zanë: fada, em Albanês; é também uma personagem mitológica albanesa que protege os heróis e, tal como Diana e Ártemis, tem um animal acompanhante, que, no caso, é uma javali ou uma cabra.
É de lembrar que na Antiguidade tardia ou nos primórdios da Idade Média, um certo evangelizador denunciava o culto das Dianas.