quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Documentários em Montreal

Muita água passou por baixo da ponte e, devidamente transplantado para o norte da América do Norte, começo a ver desde outro ponto de vista a cena de documentários.

No domingo, 17/jan, foram dois docs quebecois, fazendo jus à tradição documentarista da terra.

1) O impressionante episódio de racismo ocorrido em Montreal, em 1969, contado em "Ninth Floor", de Mina Shum.


Sinopse: Shum opens the film with footage of Expo '67 and its impossibly rosy vision of Canada as a land of boundless benevolence and tolerance. But the Caribbean students who came to Canada for their post-secondary studies in the late 1960s were hardly welcomed with open arms -- as one of Shum's interview subjects observes, Canadians are racist, but they feel the need to apologize for it. Not all felt that need, however: Perry Anderson, a biology professor at Sir George Williams, openly addressed his black students differently from his white ones, and according to several who took his course gave significantly lower grades to black students for lab work that was identical to that of their white peers. Those involved took their grievances to the university administration, and, as word got out, protesters from other schools in Montreal arrived in support. After a string of disastrous missteps by the administration, a group of students (as well as some law-enforcement infiltrators and provocateurs) occupied the school's computer department in protest, eventually resulting in $2 million worth of damage and nearly a hundred arrests.

Expertly combining interviews and archival footage, Ninth Floor offers both a revealing look at the shallowness of our home and native land's proudly proclaimed culture of tolerance, and a timely reminder of the importance of civil disobedience, particularly in times when governmental powers go unquestioned and unchecked.
2) e a excelente aula de economia proferida em uma longa entrevista por uma das vítimas do massacre no Charlie Hebdo, Bernard Maris, em "Oncle Bernard, L'anti leçon d'économie", de Richard Brouillette.
Sinopse: Economist Bernard Maris, a.k.a. "Oncle Bernard", was killed during the Charlie Hebdo shooting, on January 7, 2015. This fascinating interview with him was filmed in March 2000 as part of the documentaryEncirclement -- Neoliberalism Ensnares Democracy.Frank and unvarnished, this is a true "counter lesson in economics" in which the director gives centre stage to Maris' vibrant, incisive, and mischievous words of dissent. Maris strikes at leisure, unleashing hard-hitting truths that challenge the dogmas that are incessantly rehashed by the vibrant choir enslaved to the "science" of Economics. With his wit, eloquence, and erudition, and his prodigious capacity to distill complex issues and make the most arduous subject matters exciting, "Oncle Bernard" unveils his courageously original ideas over the course of the interview -- ideas that are all the more precious in this era of intellectual resignation and economic austerity.

quinta-feira, 5 de março de 2015

para mi amor


De tanto amor mi vida se tiñó de violeta
y fui de rumbo en rumbo como las aves ciegas
hasta llegar a tu ventana, amigo mío:
tú sentiste un rumor de corazón quebrado

y allí de las tinieblas me levanté a tu pecho,
sin ser y sin saber fui a la torre del trigo,
surgí para vivir entre tus manos,
me levanté del mar a tu alegría.

Nadie puede contar lo que te debo, es lúcido
lo que te debo, amor, y es como una raíz
natal de Araucanía, lo que te debo, amado.

Es sin duda estrellado todo lo que te debo,
lo que te debo es como el pozo de una zona silvestre
en donde guardó el tiempo relámpagos errantes.

Manifesto Antropófago




Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mão dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
...
Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Diana

Diana era a deusa romana da caça e das florestas, assimilada às deusas gregas Ártemis, Hécate e Selene. Seu culto nasceu às margens do lago Nemi, perto de Roma. Ali, seu sacerdote permanecia no posto, com o título de Rex Nemorensis, até ser morto pelo próximo pretendente, usualmente um escravo fugido, que viesse a colher um "ramo dourado" no bosque sagrado. Uma tentativa de explicar esse costume é o fio condutor de um dos mais belos e ambiciosos (mas não dos mais rigorosos) tratados de mitologia já escritos, O Ramo de Ouro, de Sir James George Frazer.
Nos últimos séculos da antiguidade romana, seu culto popular entre escravos e camponeses pobres em áreas remotas, permaneceu como um dos mais resistentes à erradicação pelo cristianismo. Foi um dos últimos a morrer, se é que chegou a desaparecer de todo.

                                             Diana | Dioses de la mitologia | Scoop.it

Diana, na Em mitologia romana, era a deusa da lua e da caça,muito poderosa e forte. Mais conhecida como deusa pura, filha de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Febo.
Era muito ciosa de sua virgindade. Na mais famosa de suas aventuras, transformou em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante o banho.
Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter e Latona, irmã gêmea de Febo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.
Pela tradição, o sacerdote devia ser um escravo fugitivo que matasse o antecessor em combate. Em Roma, seu templo mais importante localizava-se no monte Aventino e teria sido construído pelo rei Sérvio Túlio no século VI a.C. Festejavam-na nos idos (dia 13 de agosto). Na arte romana, era em geral representada como caçadora, com arco e aljava, acompanhada de um cão ou cervo.

Diana é a deusa romana identificada com a Ártemis dos gregos. É a deusa da caça e irmã gémea de Apolo. Para os romanos Diana é principalmente a deusa da castidade e da luz da lua ,simbolizada pela meia-lua que enfeita os seus cabelos. A identificação com Ártemis foi dada bastante cedo, por volta do século VI a .c. por meio das colónias gregas da Itália meridional, em particular de Cumas. Ela era adorada por um povo ainda inculto. Talvez por isso tenha adoptado os traços de uma mulher indígena, e as suas lendas são claramente muito pobres, mas dão cor àqueles povos. Os santuários de Cápua, onde tinha o nome de Diana Tifatina, e de Arícia, perto de Roma nas margens do rio Nemi onde era chamada de Diana Nemorensis, (a Diana dos bosques) são os mais antigos santuários . A crueldade dos seus ritos devem-se a Diana de Nemi, que era Ártemis de Táuris, que foi levada para Itália por Orestes. O rei dos bosques Rex Nemorensis sacerdote de Diana de Nemi em certas circunstâncias podia ser morto, por quem pretendesse suceder-lhe . A deusa apreciava os sacrifícios humanos. Dizia-se que Ártemis (Diana), recolheu o filho de Teseu , Hipólito, depois da sua morte e ressurreição feita pelo médico, Asclépio. Levou para Itália e escondeu-o, com outro nome no santuário de Arícia, onde o fez seu ajudante. Em Cápua havia a lenda de uma corça consagrada a Diana, animal de espantosa longevidade, e o seu destino esteva ligado á conservação da cidade.

Diana, Deusa Lunar da Floresta, é uma das principais Deidades do panteão romano e o Seu culto foi de tal modo popular na Romanidade que acabou por deixar vestígios na tradição folclórica dos povos latinos que sobrevivem até hoje, apesar da Cristianização ocorrida há mais de mil e quinhentos anos.

Antes de mais nada convém lembrar que, aparentemente, o Seu nome está etimologicamente relacionado com o de Janus (Deus dos Inícios) e de Anna Perena, outras Duas Deidades latinas. Esta última pode estar relacionada com um monte hindu de nome Anna Purna. «Anna Perena» significaria «Anna que fornece».

Diana tinha um importante santuário no bosque de Nemi, perto de Roma, fundado por Latinos, isto de acordo com a tradição romana - o seu fundador foi Egerius Baebius ou Laevius, ditador latino que representava várias povoações, tais como Aricia, Tusculum, Tibur e Lanuvium, entre outras. Outro possível fundador poderá ter sido Manius Egerius.

Entretanto, uma tradição estrangeira atribuía o surgimento do santuário ao herói helénico Orestes, o qual, depois de matar o rei Thoas do Queroneso Táurico (Crimeia), fugira com a sua irmã para Itália, trazendo consigo o culto de Diana Táurica.

É possível que Anna e Diana, sendo teónimos de certo modo «pan-indo-europeus», fossem originalmente genéricos entre os Ítalos e agrupassem Deidades de distintos santuários como se Estas fossem aspectos diferentes da mesma Divindade, e aqui havia espaços para importações, sincretismos, etc..

Pensou-se durante algum tempo que Diana fosse pura e simplesmente uma adaptação romana da grega Ártemis. Sabe-se hoje que, na verdade, Diana já existia em Itália bem antes de o culto de Ártemis ser conhecido pelos Itálicos, não se tratando por isso nem de uma adaptação de uma imitação por parte dos Romanos.

Mas, se não houve aqui uma imitação ritual ou uma importação de Divindade, houve talvez uma importação de mito.
Efectivamente, em Nemi havia uma outra Deidade, associada a Diana, que era Vírbio – e Vírbio tinha com Diana uma relação similar à de Hipólito e Ártemis: um Deus jovem e moribundo e uma Deusa Mãe telúrica que O ressuscita, esquema assaz conhecido e divulgado no Mediterrâneo Oriental, classicamente representado pelo mito de Cíbele e Átis, Osíris e Ísis, Afrodite e Adónis…
Aparentemente, os Romanos achavam que Vírbio era o mesmo que Hipólito.

Segundo Estrabão e Ovídio, vivia nos montes da floresta de Nemi um sacerdote-rei (Rex Nemorensis) que, em determinadas circunstâncias, tinha de lutar com quem o desafiasse, isto porque quem quisesse ocupar o lugar deste monarca tinha de o matar, golpeando-o com um ramo arrancado de certa árvore. Pode haver aqui uma semelhança com mitos célticos.

Diana era particularmente adorada pelos Sabinos (nos montes albanos, não longe de Remi, perto de Roma), dado que o Seu culto até foi introduzido em Roma depois da Confederação das Sete Colinas, ou seja, depois de os Sabinos serem integrados na população romana.
O culto de Diana era sobretudo praticado nos montes albanos, não longe de Remi, perto de Roma, bem como num santuário do monte Tajada, de enormes riquezas.

Em Roma, havia mais de um santuário de Diana, e no Aventino o Seu templo presidia à aliança dos povos com Roma, o que pode ser um resquício da influência sabina, visto que as mulheres sabinas tinham conseguido que houvesse paz entre os Romanos e os Sabinos.


Nas colónias ou províncias imperiais, o culto de Diana assumiu diferentes formas.

Na obra «Guia Arqueológica de España», pode ler-se:
«Os Romanos conquistaram a povoação e chamaram-lhe Saltus Dianae, ou Santuário de Diana, mas na escavação arqueológica do local não se encontrou até ao momento nenhum templo, apenas inscrições e moedas romanas.»

É possível que o topónimo Font Janina (em Catalão) ou Ribagorza Fonchanina (em Castelhano), seja o vestígio da Deusa, visto que se encontra nessa zona uma montanha com silhueta de mulher.

E que dizer do caso português?

Para começar, a Crónica Geral de Espanha, texto medieval, dá a conhecer um mito segundo o qual o nome «Lusitânia» deriva do facto de Hércules ter por aqui passado e resolvido dedicar jogos à Deusa Diana (Ludi + Diana = Lusitânia).
Entretanto, o templo de Évora é popularmente conhecido como o «templo de Diana», apesar de provavelmente ter sido local de culto imperial. Porque se estabeleceu então a ideia de que o templo era de Diana?

Voltando agora ao concreto e sabido, registam-se em várias da Europa Meridional algumas palavras que derivam de Diana, não apenas em etimologia, mas também, de certo modo, em significado:

Janas: espécie de espíritos femininos da Floresta, usualmente referidos no plural (diz-se «Jãs» no Algarve);
Ja: bruxa, em Português (cai o n entre as vogais, tal como sucede em manu>mão, característica tipicamente galaico-portuguesa);
Xanas: o mesmo que Janas, mas nas Astúrias;
Jana: pesadelo, em Occitano (língua do sul de França);
Yana: bruxa, en Sardo logudorês (língua da Sardenha);
Zâna: fada, em Romeno;
Zanë: fada, em Albanês; é também uma personagem mitológica albanesa que protege os heróis e, tal como Diana e Ártemis, tem um animal acompanhante, que, no caso, é uma javali ou uma cabra.

É de lembrar que na Antiguidade tardia ou nos primórdios da Idade Média, um certo evangelizador denunciava o culto das Dianas.
 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Agamemnon

Agamemnon, Agamenon, Agamenão ou Agamémnon (em grego antigo, Aγαμέμνων, "muito resoluto") foi um dos mais distintos heróis gregos, filho (ou neto) do rei Atreu de Micenas e da rainha Aerope, e irmão de Menelau. Não há registos que provem que tenha de facto existido, mas é provável que tenha sido o rei de Micenas a comandar o épico cerco dos Aqueus à cidade de Troia.

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O regresso de Agamemnon, ilustração de 1879.

Atreu, o pai de Agamémnon, foi assassinado por Egisto, que se apoderou do trono de Argos e governou juntamente com o seu pai Tiestes. Durante este período, Agamenon e Menelau procuraram refúgio em Esparta. Casaram-se com as princesas espartanas Clitemnestra e Helena, respectivamente. Agamenon e Clitemnestra tiveram quatro filhos: três filhas, Ifigênia, Electra, Crisotêmis e um filho, Orestes. Menelau herdou o trono de Esparta, enquanto Agamémnon, com a ajuda do irmão, expulsou Egisto e Tiestes para recuperar o reino do seu pai. Alargou os seus domínios pela conquista, e tornou-se o rei mais poderoso da Grécia.

Após o rapto de Helena, Agamémnon juntou as forças gregas para navegar para Troia. Agamémnon foi o comandante supremo dos gregos durante a Guerra de Troia. Após a tomada de Troia, Cassandra, princesa da cidade (filha do rei troiano Príamo) e profetisa condenada, caiu-lhe na sorte na distribuição dos espólios de guerra.

Após uma viagem violenta, Agamémnon e Cassandra pararam na Argólida, ou foram desviados da rota e acabaram por ir dar ao país de Egisto. Egisto, que durante esse tempo seduzira Clitemnestra, convidou Agamémnon para um banquete, onde este foi traiçoeiramente morto. Segundo Píndaro e os tragediógrafos, Agamémnon foi assassinado pela esposa sozinho no banho, tendo sido primeiro atirada sobre ele uma peça de roupa ou rede para prevenir resistência. Clitemnestra também matou Cassandra. A sua cólera face ao sacrifício de Ifigénia, e os seus ciúmes de Cassandra são apontados como os motivos do seu crime. Egisto e Clitemnestra então governaram o reino de Agamémnon durante um tempo, mas o assassínio de Agamémnon acabou por ser vingado pelo seu filho Orestes (possivelmente com a ajuda de Electra).

Manifesto Comunista

A moderna sociedade burguesa é como um bruxo incapaz de controlar os poderes ocultos desencadeados por suas bruxarias.

Karl Marx e Friedrich Engels, 1848

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Júlio Cortázar

Toda boa literatura é revolucionária, porque ajuda o ser humano a conquistar novos territórios.